Por Sebastian Soares
No Brasil contemporâneo, os debates em torno da governança corporativa têm ganhado crescente relevância, extrapolando o ambiente empresarial para se tornar foco, inclusive, na esfera dos Três Poderes.
Questões político-institucionais e regulatórias entrelaçam-se com nuances econômicas, gerando reflexões essenciais sobre a transparência e eficiência na gestão das empresas, sejam elas públicas ou privadas. Aprofundar e qualificar essas discussões, portanto, se mostra fundamental para beneficiar o mercado como um todo, promovendo um ambiente de negócios mais sólido e confiável.
É nesse contexto que o Instituto de Auditoria Independente do Brasil (Ibracon) inaugura esta coluna na ConJur. Quando se trata de transparência e governança, a auditoria independente desempenha, sem dúvidas, um papel central.
Afinal, os auditores trabalham justamente na asseguração da credibilidade dos balanços financeiros das empresas, para assim proporcionar aos investidores uma avaliação confiável sobre a saúde financeira e gestão eficaz das corporações. Para isso, se baseiam em estritos regulamentos e código de ética, aprovados internacionalmente.
Ainda assim, podemos afirmar que a auditoria independente é uma profissão frequentemente incompreendida. É comum ocorrerem equívocos sobre as funções e responsabilidades dos auditores independentes — principalmente em casos de fraudes e erros nas empresas, por exemplo.
Papéis
Para promover uma cultura sólida de governança, portanto, é essencial ampliar o entendimento sobre papéis, prerrogativas e limitações de todos os agentes envolvidos: diretorias das empresas, conselhos de administração, auditores independentes e órgãos reguladores.
Nesse ensejo, esta coluna visa explorar os desafios e avanços no campo da auditoria independente e governança empresarial. Neste espaço, pretendemos trazer à luz debates relevantes, esclarecer conceitos e destrinchar temas regulatórios e jurídicos que impactam tanto a atividade de auditores independentes, como o ambiente de negócios como um todo.
A relação da profissão e a credibilidade do mercado financeiro; mitos e verdades sobre o papel dos auditores em casos de fraude; principais regulações e assuntos em debate no Congresso, assim como no âmbito dos tribunais superiores, estão entre os assuntos a serem abordados.
Com mais de 50 anos de atuação, o Ibracon representa profissionais e empresas de auditoria independente em todo o território nacional, contando com cerca de 1.400 associados. Desde sua inauguração, o instituto se empenha no constante aprimoramento da atividade e capacitação de profissionais, seguindo os mais altos padrões internacionais.
Para isso, o Ibracon trabalha em estreita cooperação com os órgãos reguladores, como o Banco Central, Comissão de Valores Imobiliários e Conselho Federal de Contabilidade. Vale destacar que a entidade é a única instituição autorizada pela International Financial Reporting Standards Foundation a traduzir as normais internacionais de contabilidade (IFRS) e de divulgação de informações de sustentabilidade (IFRS-S) aplicadas no Brasil.
Mantendo seu compromisso com o permanente aperfeiçoamento do setor, o Ibracon dá início hoje à coluna Transparência e Governança. Este é apenas o começo de uma jornada que visa contribuir para o fortalecimento das melhores práticas corporativas e para o desenvolvimento sustentável do mercado brasileiro.
Agradecemos a oportunidade de estabelecer este diálogo frutífero e convidamos todos os leitores a acompanharem de perto esta coluna, que será espaço para reflexões e análises profundas sobre os desafios e oportunidades no campo da auditoria independente e governança empresarial. Juntos, podemos construir um ambiente de negócios mais transparente, ético e próspero para todos.